sexta-feira, 24 de maio de 2013

Governo teme não atrair investimentos para o pré-sal, segundo analista


O governo divulgou hoje (23), através da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a antecipação do primeiro leilão do pré-sal. Marcado anteriormente para novembro, a licitação agora terá lugar em outubro, apenas um mês antes do previsto. A mudança resultou no adiamento da 12ª Rodada da ANP, com foco em gás onshore. Para o analista Paulo Wrobel, por trás dessa decisão estaria "um certo nervosismo do governo sobre os investimentos que precisam ser levantados durante a exploração".
Em coletiva de imprensa, a diretora-geral da agência, Magda Chambriard, foi questionada sobre as razões da troca de datas. A executiva se limitou a dizer que o volume recorde do prospecto de Libra - 42 milhões de barris de petróleo in situ - é suficiente para justificar o leilão. O número é tão impressionante que o governo não vai ofertar outras áreas do pré-sal na primeira rodada. “Com os dados que eu tenho até o momento, Libra é a maior descoberta do pré-sal”, disse Magda, destacando que o “porte de Libra é tão diferente que justifica a exceção”.
A dúvida de que novembro seria o mês mais adequado para atrair investimentos, uma vez que as empresas estrangeiras fecham seus planos de negócios neste mês, a executiva respondeu: “nunca vi ninguém licitar nada parecido. Com este porte [Libra] atrai, em qualquer momento, as empresas”.
"O governo está doido para atrair investimentos, embora garanta que a Petrobras tenha condições para explorar. O receio do governo é a única explicação para essa mudança, até por que a euforia do pré-sal está passando. De qualquer forma, um mês antes é uma mudança muito pequena, e só podemos especular as razões", diz Wrobel, que ainda comenta as dificuldades pelas quais a estatal vai passar por conta da Lei de Partilha.
Participação da Petrobras
O novo modelo de partilha, criado especificamente para a exploração do pré-sal, em dezembro de 2010, através da Lei no 12.351, substitui o regime de concessão e atribui à Petrobras participação em ao menos 30% de todos os novos campos do pré-sal. 
De acordo com Wrobel, a medida pode dificultar o plano de investimento da Petrobras e descapitalizá-la. "Acho que eles [governo] estão arrependidos desse modelo. A Petrobras não tem capacidade para explorar isso tudo e acho também que não está satisfeita [com a Lei]", pondera o economista.
A criação de uma nova empresa estatal, responsável por gerir os contratos de partilha do pré-sal, já significou mudança nas regras do jogo, muito embora ela só venha a ser operacional quando os campos passarem a gerar renda. “A Pré-sal Petróleo está desenhada, praticamente pronta. No entanto, diz a Lei do Pré-sal que, enquanto a estatal não estiver pronta e funcionando, a ANP fará eventualmente o papel”,  explicou Magda.

Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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