quinta-feira, 14 de junho de 2012

Petrobras tem novo plano estratégico


O conselho de administração da Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aprovou ontem o novo plano estratégico da companhia. Apesar de esperada ontem, não houve a nomeação de um novo diretor da área internacional, que está sendo ocupada interinamente desde a decisão sobre a saída de Jorge Zelada.


O detalhamento dos investimentos programados para o período 2012-2016 não tinha sido divulgado até o fechamento desta edição e deverá ser divulgado hoje por meio de um fato relevante. O Valor apurou que nenhum projeto foi cortado e os investimentos para os próximos quinze anos podem até ficar em linha com o anterior, que previa US$ 224,7 bilhões até 2015.

Apesar da frustração com a manutenção dos preços dos combustíveis, a empresa acha que sua situação ficará mais confortável se o petróleo cair para perto de US$ 90, o que traria estabilidade entre os preços internacionais dos combustíveis e o preço de venda no Brasil. Na situação irônica em que a estatal se encontra, é pior para ela quando aumenta as vendas de combustíveis no mercado interno (porque precisa importar a preços de mercado e vender no país a preço tabelado) e quando o petróleo sobe muito no mercado internacional, já que a commodity baliza os preços dos combustíveis.

A Petrobras vem descumprindo algumas metas, inclusive de produção, e apresenta vários problemas de execução que a nova presidente, Graça Foster, quer corrigir. A empresa admite que as curvas de produção anteriores eram "metas-desafio" para seus gerentes executarem mas que, descumpridas, passaram a ser desacreditadas pelo mercado.

Desde que assumiu o cargo, quatro meses atrás, a presidente da Petrobras passou a discutir intensamente o plano, que trará uma curva com projeções de produção de petróleo e gás menor do que a atual. Outra justificativa é que a companhia executa um dos planos de investimentos mais arrojados da indústria em termos mundiais, o que estaria resultando em certa dificuldade de resposta a ele. Em 2011 a empresa só conseguiu executar 89,7% dos investimentos de R$ 44,9 bilhões previstos.

Os atrasos nas entregas de novas plataformas combinados com a queda da produção em campos maduros na bacia de Campos por razões não ligadas à depleção natural (que significa o esgotamento do reservatório), explicam em parte o problema.

O foco que a executiva vem buscando sistematicamente é na gestão do portfolio de projetos, que passam a ter planejamento físico e financeiro com detalhamento inédito na história recente da companhia.

Analistas de alguns bancos ouvidos pelo Valor achavam difícil que o novo plano fosse aprovado ontem, em sua primeira apresentação ao conselho, principalmente depois das recentes declarações do governo e da própria presidente da Petrobras, Graça Foster, de que os preços da gasolina e diesel não terão reajuste. Isso afeta a disponibilidade de caixa da empresa e a capacidade de investimentos.

Por outro lado, quem conhece o estilo de Graça Foster já nota que a executiva "não entra em campo para perder jogo", ou seja, não teria apresentado um plano sem que já tivesse sido discutidas as bases com a presidente da República, Dilma Rousseff, e o próprio ministro da Fazenda. A Petrobras é a empresa 16º pior desempenho no Ibovespa.

Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner | Do Rio

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