quinta-feira, 14 de junho de 2012

Dívida externa das 300 maiores empresas brasileiras chega a 71% em dois anos


De acordo com estudos realizados pela  Austin Rating (agência classificadora de risco de crédito), os empréstimos em dólar, excluindo debêntures, feitos pelas 300 maiores empresas brasileiras de capital aberto aumentaram de US$ 35,7 bilhões para US$ 60,4 bilhões em dois anos, com um aumento de 71%. O cenário mostra-se diferente de 2008, quando os derivativos cambiais provocaram perdas bilionárias nos balanços das companhias.


O principal motivo que levou as companhias a continuarem captando recursos no dólar, apesar do risco cambial envolvido, é que os bancos estrangeiros estão oferecendo melhores condições às empresas brasileiras, além disso, existe a falta de bons tomadores no mercado atual. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), a dívida externa brasileira em geral, cresceu US$ 2,936 bilhões de dezembro do ano passado a janeiro de 2012, fechando o ínício do ano em US$ 300,285 bilhões.

Conforme o levantamento da agência Austin, se a dívida externa das 300 empresas no fechamento do ano passado não tivesse sido atualizada para o patamar atual do câmbio e nenhuma dessas empresas fizesse operações de hedge, as perdas totais seriam da ordem de US$ 9 bilhões. No curto prazo, até o final do ano, as perdas somariam US$ 1,5 bilhão.

Para analistas do setor, as empresas brasileiras estão se beneficiando do rápido financiamento para seus investimentos, aproveitando o longo prazo para os pagamentos. "Atualmente as companhias do Brasil, estão longe de apresentar um endividamento preocupante em relação ao capital", afirmam analistas da Austin.

Segundo dados divulgados pelo jornal Brasil Econômico, na lista das principais empresas endividadas destacam-se Petrobras (US$ 8,36 bilhões), Eletrobrás (US$ 4,99 bilhões), CSN (US$ 4,78 bilhões), Oi (US$ 4,61 bilhões), Braskem (US$ 4,3 bilhões), JBS (US$ 3,65 bilhões), Vale (US$ 2,87 bilhões), Usiminas (US$ 2,42 bilhões), Marfrig (US$ 2,04 bilhões) e Klabin (US$ 1,93 bilhões).

Dentre as empresas analisadas, metade aumentou o volume de empréstimos no exterior em 2011 em comparação com 2010. Somente a Petrobras, CSN, Braskem e Vale conseguiram reduzir os seus endividamentos.

Para a presidente da Petrobras, Graça Foster, o aumento da dívida da companhia foi fundamental para "turbinar os novos investimentos".

Analistas apontam que empresas menores não se arriscam tanto em operações de hedge, e que o perfil das dívidas nas empresas mudaram, agora a maior parte das companhias fazem pagamentos a longo prazo, diminuindo as perdas no câmbio."Caso não houvesse proteção alguma, apenas 16% de empréstimos na moeda seriam pagos no curto prazo e sofreriam com o impacto da alta do câmbio", explicou Felipe Queiroz, analista da Austin Rating.


Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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