sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Demanda da Petrobras pode "puxar" soluções contra déficit de engenheiros

Demanda da Petrobras pode "puxar" soluções contra déficit de engenheiros

Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Pré-sal são, recorrentemente, citados como os grandes puxadores da demanda de engenheiros no Brasil. No entanto, são “apenas” três projetos, dentre as inúmeras necessidades do país, especialmente em infraestrutura. O último deles, mais específico, envolve diretamente a Petrobras, a maior companhia brasileira, que pode, ao mesmo tempo, sofrer o impacto – como têm sofrido – e ser uma saída para a carência desses profissionais.

Na opinião do professor do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), Fernando Rizzo Assunção, recém empossado na Academia Nacional de Engenharia, havendo demanda legítima e sólida, naturalmente surgirão mecanismos para superar o déficit. A estatal brasileira do petróleo, segundo ele, pode ser o “cabo de guerra” que vai puxar o país para frente.

“Há uma demanda muito autêntica da Petrobras por funcionários, por engenheiros. Com outras indústrias também participando desse esforço, acho que começaríamos a trilhar um bom caminho”, analisa Fernando Rizzo. O professor ainda expande a discussão para a ótica do mercado, definindo a situação como “particular”.

Para Rizzo, apesar da carência apregoada aos quatro ventos, há muita reclamação de engenheiros que não encontram emprego. “Não há dúvida que há uma falta. Mas também há problemas no sentido de que quem se forma nem sempre é capacitado para o mercado”, diz. Segundo ele, há também o problema da educação, da formação básica, que, defeituosa, faz com que as pessoas evitem as “hard sciences”, ou seja, os cursos mais dífíceis.

Problema global

A escassez de engenheiros não se restringe apenas ao Brasil. Números da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, por exemplo, mostram que faltam 77 mil profissionais da área no país europeu. No Brasil, segundo Rizzo, há estudos apontando uma projeção de déficit no setor de petróleo de aproximadamente 250 mil engenheiros, em 2015. “É realmente (um problema) mundial. Algumas empresas (estrangeiras) oferecem cursos no exterior para nossos graduandos, para irem terminar a formação por lá e estarem empregados”, ilustra o professor da PUC-Rio.

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