sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PF: poço da Chevron não poderia ter sido perfura


A Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito que apurava o vazamento de petróleo ocorrido em novembro no Campo de Frade, operado pela americana Chevron na Bacia de Campos. Além da Chevron e da Transocean, que operava a plataforma, foram indiciadas dezessete pessoas — entre as quais George Buck, presidente da Chevron no Brasil — por crimes ambientais e sonegação de informações a autoridades.

O documento, assinado pelo delegado de Meio Ambiente da PF Fábio Scliar, conclui que o poço "não podia e não devia ter sido perfurado" pelas condições de pressão locais e que a empresa assumiu o risco de um desastre ambiental. O relatório afirma que a Chevron errou ao calcular a pressão do reservatório, "talvez deliberadamente" ou por "ganância". "Eles assumiram o risco de acidente, operando no limite do limite. Atuaram de maneira irresponsável", disse Scliar.

Segundo a PF, a pressão máxima de 9,4 libras/galão que a empresa esperava encontrar no reservatório foi contrabalançada por uma pressão oposta de lama — usada para conter um potencial esguicho de óleo ou kick — de 9,5 libras por galão. A diferença de apenas 0,1 libra/galão é bem menor que a média de 0,4 a 0,6 libra/galão que vinha sendo utilizada em perfurações anteriores no Frade. As conclusões são baseadas em depoimentos de funcionários como Jason Clendenen, engenheiro da Chevron responsável pelo planejamento do poço.

Empresa pode ser impedida de operar no país por 5 anos

A PF recomenda que os responsáveis sejam acusados de poluição, gerando potenciais danos à saúde humana, à fauna e à flora; e por terem atuado em desacordo com as licenças concedidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Além disso, teriam sonegado e prestado falsas informações às autoridades, dificultando o controle do acidente. O delegado menciona a edição de imagens do vazamento enviadas à ANP. Os crimes são previstos em vários artigos da lei de crimes ambientais e no artigo 299 do Código Penal. As penas podem chegar a 18 anos de prisão, mais multa. As empresas podem ser proibidas de operar no país por cinco anos.

Fonte: NN Petróleo

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