segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aquisição de refinaria de Pasadena é mau negócio para Petrobras


Depois de anos de negociação com a empresa belga Transcor/Astra, a Petrobras fechou um acordo para a aquisição de 100% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ao todo, a petroleira pagou US$ 1,2 bilhões pela refinaria, sendo cerca de US$ 360 milhões em 2006 e US$ 820 milhões neste ano.


O valor pago pela Petrobras pela refinaria Pasadena, que será ofertada no mercado pelo programa de desinvestimento da empresa para ajudar a financiar os investimentos do pré-sal, pode ser considerado um péssimo negócio. Há sete anos, a trading belga, agora ex-sócia da estatal, comprou a refinaria americana por US$ 42,5 milhões.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, “fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobras para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago”.

Na época que a Petrobras adquiriu os primeiros 50% da refinaria de Pasadena, o objetivo era dobrar a capacidade de produção de barris de petróleo e adequar a refinaria ao processamento de óleo pesado. Os investimentos nunca foram feitos, ou por conta de manutenções ou por eventos naturais, como o furacão Rita.

“Quando avaliamos a aquisição da refinaria, o cenário era de margens de refino crescentes, a demanda mundial também estava em crescimento e não havia previsões sobre a crise de 2008, com seus desdobramentos no segmento de refino”, afirmou em nota a Petrobras. Ao ser questionada sobre o retorno do investimento de US$ 1,2 bilhões, a estatal declarou que irá “trabalhar para agregar valor aos seus ativos, e para tanto analisa constantemente as oportunidades do mercado”.

Do outro lado do mundo

A refinaria Nansei Sekiyu, em Okinawa, no Japão, é mais uma que a Petrobras pretende ofertar no mercado como parte do programa de desinvestimento da companhia. A estatal já começou a realizar os processos de pré-qualificação dos candidatos para a venda da refinaria. Participaram do processo a chinesa Bora Holdings e a japonesa Kotobuki Oil.

O objetivo da Petrobras era conseguir propostas de até US$ 350 milhões, mas os resultados foram muito mais baixos do que o esperado. “A Petrobras recebeu ofertas de US$ 80 milhões pela refinaria, um valor baixo perto do que já gastou”, disse uma fonte em matéria publicada no jornal Brasil Econômico.

Em 2008, a Petrobras comprou 87,5% da refinaria de Okinawa por cerca de US$ 75 milhões, além de gastar mais dinheiro com investimentos para aumentar a capacidade de refinamento e atualizar a planta. Com capacidade para processar 100 mil barris de petróleo por dia, a refinaria opera com a produção de 80 mil barris, não trazendo para a Petrobras o retorno desejado na época da compra.


Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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