quarta-feira, 13 de junho de 2012

Petrobras leva investimentos ao conselho


O novo plano de negócios da Petrobras, que abrange o período entre 2012 e 2016, será apresentado hoje na reunião do conselho de administração da estatal, marcada para o meio dia em Brasília. Não há garantias de que seja aprovado pelo conselho, que é presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na reunião, o conselho também poderá aprovar um novo diretor da área internacional, cargo que era ocupado por Jorge Zelada.

O Valor apurou que, para a Petrobras, um aumento nos combustíveis da ordem de 15%, por exemplo, alteraria a disponibilidade de recursos para investimentos, reduzindo, por exemplo, a necessidade de captações, e os níveis de endividamento. Entre as novidades do plano está a apresentação dos projetos (e investimentos necessários) por etapas. Antes, a empresa apresentava todos os investimentos necessários para um projeto, mesmo que as fases não estivessem detalhadas internamente.

Com Graça Foster na presidência, os projetos passam a ser considerados levando em conta quatro critérios: geração de caixa, captações necessárias para cumprir o plano, um limite de 2,5 vezes a relação entre o Ebitda e dívida (hoje a relação é de 1,71 vez) e o endividamento líquido. O plano de Graça para 2012-2016 será, aparentemente, mais realista e com projetos mais "sob controle" do que o anterior, onde os atrasos e outros problemas faziam com que a companhia não conseguisse cumprir suas metas.

Nenhuma área sabe o valor total dos investimentos que serão apresentados e que serão consolidados na presidência. O plano atual prevê US$ 225 bilhões entre 2011 e 2015 mas não está claro se a nova apresentação dos projetos por etapas fará com que o investimento pareça menor. O que não muda é o foco na exploração e produção, que continua recebendo cerca de 70% dos recursos da companhia.

A expectativa do mercado é que o plano traga metas mais realistas de produção, mas também não é descartada a redução dos investimentos, tendo em vista a queda do preço do petróleo e a manutenção dos atuais preços dos combustíveis no país. O barril do tipo Brent - referência usada pela estatal - encerrou ontem valendo US$ 97,14, menor cotação desde janeiro de 2011, o que é um mau sinal para a Petrobras.

Ao longo da semana, analistas de bancos estrangeiros divulgaram relatórios chamando a atenção de seus clientes para o novo plano de negócios. "O novo plano estratégico para os próximos cinco anos, que pode ser divulgado ainda esta semana, poderá ajudar a tornar mais clara a expectativa de crescimento da produção e poderá ser um passo importante para melhorar a credibilidade da companhia", afirmaram Frank McGann e Conrado Vegner, do Bank of America Merrill Lynch (BofA). Eles reiteraram a recomendação de compra das ações PN (preferencial) da estatal, com preço alvo de R$ 30,75, o que representa um potencial de alta de mais de 65%.

Os analistas ressalvam que os aspectos positivos da empresa só começarão se refletir no papel quando houver maior clareza sobre a escala da produção no pré-sal a partir do segundo semestre de 2013 e quando houver uma decisão sobre o reajuste dos combustíveis. Já Gustavo Gatass, Luiz Felipe Carvalho e Dario Valdizan, do BTG Pactual, afirmaram que para ser justificável, o novo plano teria de ser precedido por um reajuste nos preços dos combustíveis.


Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner e Téo Takar | Do Rio e de São Paulo

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