terça-feira, 19 de junho de 2012

Atraso na entrega de equipamentos faz Petrobras reduzir metas de produção


As encomendas da Petrobras para a produção do pré-sal se transformaram em uma verdadeira corrida contra o tempo. O problema nos atrasos das chamadas "árvores de natal" foi confirmado na sexta passada (15), pela presidente da Petrobras, Graça Foster, no “Fórum de Sustentabilidade Corporativa”, um dos principais eventos da Rio+20.


A presidente da estatal, também informou sobre o novo investimento para 2012, de R$ 83,2 bilhões, sendo R$ 11 bilhões a mais que o de 2011. Em discurso Graça explicou que a execução dos trabalhos nas plataformas dependem exclusivamente da capacidade física dos fornecedores, ressaltando que os fabricantes internacionais "devem mais em termos de atraso do que os nacionais, diga-se de passagem".

De acordo com especialistas, a falta de mão de obra adequada e a deficiência na entrega dos equipamentos por parte dos fornecedores, aparecem como um dos principais gargalos para o atraso na exploração do pré-sal. Conforme o Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore) até 2013, serão necessários mais 25 mil trabalhadores nos estaleiros. Hoje, o setor conta com 59 mil.

Na Conferência de Energia promovida pelo banco Credit Suisse em Londres, a Petrobras informou que toda a agenda de entrega dos equipamentos foi adiada em uma ano. “Assim, o que estava previsto para 2015, escorregou para 2016, o que era previsto para 2016 escorregou para 2017 e assim por diante”, disse Graça Foster.

Atualmente, somente para as encomendas das 33 sondas da Petrobras, serão necessários investimentos no valor de R$ 9,2 bilhões. Do total, cerca de R$ 6 bilhões virão de financiamentos via Fundo da Marinha Mercante — que ainda não foram liberados. Dos sete estaleiros que vão construir as sondas, apenas quatro  iniciaram as obras e dois ainda estão em ampliações.

O atraso nos equipamentos devem interferir na produção dos campos da bacia de Santos, Lula Nordeste e Cernambi. Em matéria divulgada pelo jornal Valor Econômico, o analista do Credit Suisse, Emerson Leite, explicou que a Petrobras vai trabalhar com a possibilidade de um atraso na produção do pré-sal em 2012 e 2013, principalmente naquelas encomendadas à norueguesa Aker Solutions. "As FPSOs desse período [2012-2013] estão no prazo, mas as árvores de natal, especialmente as previstas para 2013, atrasarão e, com isso, a entrada dos poços em produção [também]", disse Emerson Leite ao Valor.

Nesta segunda (25),  a estatal divulgou as novas metas do plano estratégico 2012/16, onde reduziu em quase 600 mil barris/dia sua meta de produção. No plano anterior, se previa 3,070 milhões de barris de óleo e LGN por dia em 2015, e agora a meta de 2016 é de 2,5 milhões de barris diários.

Produção cai em 15%

Em matéria divulgada pelo NN, a Petrobras informou que vai investir mais e produzir menos nos próximos anos. O conselho da maior empresa do país aprovou na quinta-feira passada (14) o novo Plano de Negócios 2012/2016, onde a estatal prevê investir US$ 236,5 bilhões (R$ 416,6 bilhões). A produção total de petróleo e gás natural, por sua vez, alcançará em 2016 a marca de 3,3 milhões de barris por dia no Brasil e no exterior, conforme o plano de negócios.

Árvores de Natal Molhada

A árvore de natal molhada é um conjunto de conectores e válvulas usado para controlar o fluxo do óleo e gás produzidos ou injetados dentro do reservatório, que é instalado na cabeça do poço. 


Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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