quinta-feira, 31 de maio de 2012

“Diesel S50 ainda está caro”, alerta Fecombustíveis


Cinco meses já se passaram desde que o S50 começou a ser vendido em postos de todo país. Ou melhor, ofertado, pois a comercialização em si do produto ficou muito aquém do esperado, refletindo a ausência dos veículos Euro 5 nas estradas e o elevado preço do novo diesel, o que tem afastado os proprietários de caminhões antigos. Para discutir esse cenário, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) realizou, ontem (29) de maio, no Rio de Janeiro, o painel “Os desafios trazidos pelo diesel de baixo teor de enxofre”.


O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda cobrou do governo a adoção de algum mecanismo tributário que compense os maiores custos do S50: quase R$ 0,12 superior ao do diesel comum. “A promessa era de que o preço não seria tão diferente (do diesel tradicional), mas não foi o que aconteceu. Com doze centavos de diferença, o caminhoneiro, que abastece de 400 a 500 litros de uma vez, pagando sua diária: toma café, almoça, janta e dorme”, reclamou Miranda.

Allan Kardec, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), destacou que a chegada do S50 é um marco, mudando o perfil do diesel no Brasil. “Já sabíamos que iria haver uma antecipação da compra de caminhões, pois todos os mercados enfrentaram isso. Mas estamos atentos ao que está acontecendo com a revenda”, afirmou. Segundo Kardec, as informações passadas até o momento pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) indicam que praticamente não há mais estoque de veículos com motor Euro 3.

O presidente da BR Distribuidora, José Lima Neto, reconheceu que, nas condições atuais, ainda não há “racionalidade econômica” para que mais postos comercializem o produto. “No dia em que houver vários caminhões e ônibus com motor Euro 5 circulando, eu tenho certeza que as distribuidoras serão chamadas a instalar novos tanques e fornecer mais combustíveis. Só que precisamos construir uma ponte até que o mercado aconteça”, afirmou.

O diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis, Ricardo Hashimoto, destacou que o combustível está disponível em todo o país e, graças ao seu desempenho superior, atraiu os proprietários de SUVs (utilitários esportivos), que já costumavam abastecer com diesel aditivado. “Em janeiro tivemos um efeito interessante, foi um período de degustação. O usuário comprovou que se trata de um produto muito melhor, gostou, mas não quer pagar R$ 0,15 a mais por litro, então vai esperar o preço melhorar”, concluiu.


Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...