segunda-feira, 2 de abril de 2012

Plano de Contingência não contará com satélites

CRESCIMENTO Com o advento do pré-sal, a produção de petróleo no Brasil vai crescer exponencialmente e, junto com ela, deve aumentar também a incidência de vazamentos de óleo e de outros acidentes. O primeiro derrame de óleo do pré-sal, em fevereiro, deu mostras do desafio: desenvolver equipamentos resistentes às condições extremas da nova fronteira petrolífera para operar sob altíssima pressão e baixas temperaturas. A camada do pré-sal está entre 5.000 e 8.000 metros de profundidade. Antes dela, a exploração de petróleo no fundo do mar era feita em profundidade média de 3.500 metros, na bacia de Campos.



CONTINGÊNCIA  Em entrevista ao NN sobre como o Brasil pode se preparar para impedir vazamentos do pré-sal, o professor e engenheiro Alexandre Guimarães, disse que as lições aprendidas com a explosão da plataforma da BP, no Golfo do México, em abril de 2010, foram absorvidas pelas empresas de diversos países, aproveitando o acidente para rever ou confirmar políticas de emergência.  Mas que “diferente dos outros países, o Brasil, quase dois anos depois, não traçou um plano estruturado”. Segundo o professor, o Plano Nacional de Contingência (PNC) é uma alternativa que, se implementada, deverá preocupar-se com todas as etapas da cadeia produtiva e capacitação dos envolvidos. A principal preocupação deve estar nas garantias técnicas de uma boa solução, não apenas nas penalidades a serem aplicadas após desastre.

MONITORAMENTO  O monitoramento de vazamentos de petróleo por satélites não será obrigatório no Plano Nacional de Contingência (PNC) nem está na lista de prioridades da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por esse motivo, a agência não renovou nem tem planos de renovar um contrato encerrado em 2004 com a Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), segundo uma fonte da autarquia. Esse contrato previa o uso de equipamento que monitora vazamentos, em tempo real, por meio de sensoriamento remoto. O convênio, que durou dois anos, resultou na montagem do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lame), ao custo de R$ 6 milhões na época. Equipado com antenas receptoras de dados, computadores e softwares que monitoram manchas de óleo em tempo real, atualmente só é usado pela petroleira estatal mexicana Pemex.

SATÉLITES  Proposta também levada à ANP, entre outras sugestões, pelo secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, para melhorar a fiscalização em casos de acidentes ambientais como o da Chevron, o uso de satélites tem limitações, na avaliação de especialistas. Condições climáticas desfavoráveis e falta de iluminação à noite, por exemplo, são fatores que prejudicam sua eficácia. Para o diretor de tecnologia e inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefan, tanto o Lame, fruto do antigo convênio, como outras instalações da instituição seriam muito úteis para a ANP em um momento de crescimento da exploração de petróleo no país. Procurada, a ANP informou por meio da assessoria que, "por enquanto, não existe intenção de renovar o convênio com a Coppe".Utilização de satélite está fora do plano contra vazamentos.


Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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