segunda-feira, 2 de abril de 2012

Petrobras prevê alta de 30% nas importações de gasolina em 2012

IMPORTAÇÃO  O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse nesta sexta-feira, 30, que a empresa deverá importar em média 80 mil barris de gasolina por dia para atender à demanda interna. O volume é cerca de 30% superior aos 60 mil barris médios de gasolina importados no ano passado. A necessidade de importação de combustíveis se deve ao aumento do consumo interno no Brasil. Segundo Costa, neste ano também deverão ser importados cerca de 150 mil barris de diesel por dia. O cenário já havia sido traçado por Costa ao final do ano passado, quando ele afirmou que, sem a entrada de novas refinarias neste ano, a saída seria aumentar as importações.


CAUSAS  Em entrevista ao NN, o professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, Alexandre Szklo, falou quais os principais fatores que afetam os preços do petróleo. Para o professor há duas camadas de mercado que contribuem para esses marcadores (WTI e Brent). Um deles é a camada física que deriva do balanço oferta e demanda; e a outra a camada financeira que trata o óleo como um ativo de valor para investimento. Segundo Szklo, no caso da camada física, há motivos para queda de preço devido ao desaquecimento da economia chinesa. Porém, segundo o professor, “estes motivos podem ser conjunturais e pontuais, e serem rapidamente absorvidos, devido à baixa taxa de motorização da China”.


GASOLINA  Já no caso da camada financeira, os agentes têm expectativa de mercado apertado, curto, nos próximos anos, devido a motivos que vão desde a geopolítica dura, quanto às próprias incertezas de investimento em fronteiras de exploração. Logo, há a possibilidade de oscilações para baixo de preço de óleos marcadores, mas a tendência deve ser de alta. A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse semana passada, que o ajuste do preço da gasolina será feito se houver justificativa. A hipótese de que a Petrobras reajustaria o preço do combustível para se aproximar dos níveis internacionais ganhou força com o recente incremento do petróleo, cuja cotação superou a faixa de US$ 120 por barril.

REAJUSTE  De acordo com o Sklo, o preço na refinaria (ex-refino, ou de faturamento) deverá subir se a alta persistir. “Normalmente a Petrobras absorve as oscilações de preço, mas reajusta a tendência com certa defasagem temporal. Ela amortece os movimentos bruscos, mas tende a seguir os movimentos de tendência, como deve ser, na medida em que o petróleo e os derivados têm custo de oportunidade, e seus preços refletem também a elevação de custos da cadeia petrolífera”, respondeu. Para o professor, no caso da bomba, não necessariamente os preços deverão subir, isto depende dos tributos que incidirão nos derivados, sobretudo a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE). Normalmente o Governo usa a CIDE para controle da inflação, o que é mais correto de fazer com o diesel, mas não é muito justificável no caso da gasolina. “Neste caso a questão não se refere a Petrobras, diretamente, mas à política econômica do governo (Ministérios da Fazenda, Banco Central e Ministério do Planejamento, sobretudo)”, concluiu.

Fonte: NN - A Mídia do Petróleo

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