quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Opep diz estar pronta a ajudar se faltar petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está pronta para ajudar, caso haja a falta ou uma crise no mercado de petróleo, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da entidade, Abdallah Salem El Badri. Além disso, El Badri afirmou que a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) tem o direito soberano de liberar estoques de emergência, caso necessário.


Durante conferência em Doha, El Badri disse que este tem sido um ano difícil para o grupo de exportadores de petróleo, mas a Opep segue comprometida a ajudar "se houver uma falta, ou uma catástrofe em algum local".

A diretora executiva da IEA, Maria van der Hoeven, disse mais cedo hoje que o mundo precisaria no mínimo da mesma quantidade produzida atualmente de petróleo da Opep em 2012. A produção total dos 12 países da Opep ficou em 30,472 milhões de barris por dia em novembro, ante 30,195 milhões de barris ao dia em outubro, segundo pesquisa da Dow Jones.

Em junho, a IEA decidiu liberar 60 milhões de barris de petróleo de seus estoques de emergência, para aliviar a falta causada pela guerra civil na Líbia. Em setembro, o secretário-geral da Opep disse não estar contente com a decisão. "Essa é realmente uma decisão soberana da IEA de liberar, fazer o que eles quiserem e não queremos interferir", disse El Badri. O secretário-geral da Opep afirmou que os preços atuais do petróleo, em parte influenciados pela especulação, estão confortáveis tanto para consumidores quando para produtores.

Irã

El Badri afirmou que a União Europeia não imponha uma proibição à importação de petróleo do Irã, além de advertir que seria difícil para a Europa repor esses barris de petróleo perdidos, caso confirmem a ameaça.

"É realmente muito difícil substituir esses 865 mil barris por dia que são enviados à Europa pelo Irã. A Europa agora enfrenta algumas dificuldades com as dívidas soberanas e o desemprego, portanto cortar esses 865 mil barris eu acho que seria um problema", disse. Porém ele acrescentou que não daria conselhos contra o embargo.

A UE busca o apoio de mais grandes países para sua proposta de proibir a importação de petróleo do Irã, disse na terça-feira o comissário de Energia do bloco, Gunther Oettinger. O ministro de Energia da Rússia, Sergei Shmatko, afirmou que não participaria desse embargo, segundo a agência Interfax. Também falando em Doha, Shmatko argumentou que a Rússia exporta petróleo e gás, portanto não precisa desses componentes do Irã, mas também disse que as questões de energia "não deviam ser politizadas".

Algumas das economias mais vulneráveis da Europa, como Grécia, Itália e Espanha, estão entre os maiores importadores de petróleo do Irã. As refinarias teriam dificuldade em encontrar petróleo suficiente para repor o iraniano e acabarão tendo de pagar mais por um material de alta qualidade, o que deve elevar os preços dos combustíveis para os consumidores, disseram executivos do setor, traders e analistas ouvidos pela Dow Jones na semana passada.

El Badri disse ainda que a Líbia - onde a produção caiu mais cedo neste ano, por causa de uma guerra civil - deve atingir os níveis anteriores à crise até meados do ano que vem. "A Líbia atingirá sua produção normal no fim do segundo trimestre de 2012. A produção está ocorrendo muito rápido", notou. "No fim do segundo trimestre do ano que vem, a Líbia chegará a 1,58 milhão de barris por dia." As informações são da Dow Jones.


Estadão

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