sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Para Gabrielli, ação da Petrobras está uma barganha


A ação da Petrobras está uma barganha, na opinião do presidente da companhia, José Sergio Gabrielli.

Ele diz que o valor de mercado da companhia atualmente, em torno de US$ 160 bilhões, equivale a cerca de US$ 5 por barril se forem considerados apenas os 30 bilhões de barris de petróleo que a empresa tem para explorar nos próximos anos. Desse total, 15 bilhões de barris estão em reservas provadas, 5 bilhões de barris comprados do governo no contrato de cessão onerosa, e mais de 10 bilhões em recursos prospectivos dos seus campos no pré-sal.

E o investidor ainda “leva de graça”, segundo ele, as refinarias com capacidade de processamento de 1,9 milhão de barris diários, mais de 200 navios, a maior produtora de biodiesel do Brasil, a terceira maior fabricante de etanol e uma participação de 36% no segmento de distribuição de combustível. “Eu não acho que vocês vão encontrar outra barganha como essa por aí”, disse o executivo, durante palestra para investidores em um evento organizado pelo Bradesco BBI, em Nova York.

Para Gabrielli, esse elevado desconto nos preço das ações da companhia, que chegou a valer mais de US$ 300 bilhões em 2008, se justifica por inúmeros fatores. O primeiro deles é que o preço de alguns anos atrás poderia estar exagerado, outro foi a própria queda da cotação do petróleo em comparação com os US$ 147 por barril atingidos na época do pico das ações.

Um terceiro motivo seria que em 2009 havia muita dívida sobre o que ocorreria na economia global como um todo. Em 2010 houve o impacto da capitalização de R$ 120 bilhões, que gerou mudanças em portfólios de grandes investidores. Neste ano, ele cita o tempo que a companhia levou para repassar o aumento do petróleo no mercado internacional para os preços dos produtos no mercado doméstico.

Questionado sobre a influência política na companhia, o executivo respondeu que ela é a mesma que existiu nas últimas décadas.

Gabrielli descartou que seja necessário fazer um novo aumento de capital nos próximos anos para financiar o plano estratégico de investimento de cerca de US$ 225 bilhões, e afirmou que a companhia não precisa, por ora, acessar o mercado de dívida internacional. “Vamos emitir quando acharmos que está em um momento bom. Temos US$ 26 bilhões no caixa. Não precisamos de dinheiro.”

(Fernando Torres | Valor)

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