quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Houve erros de cálculo na perfuração, admite companhia

A Chevron Brasil admitiu ontem dois erros de cálculo na perfuração que resultou no vazamento do poço no campo de Frade, na bacia de Campos. Segundo George Buck, principal executivo da empresa americana no Brasil, a Chevron subestimou a pressão do reservatório, que era mais alta do que o previsto, e superestimou a resistência da rocha, que se rompeu, criando as fissuras por onde o óleo vazou, a 1,8 km de distância do poço, já na área de Roncador, da Petrobras.

A Chevron Brasil admitiu ontem dois erros de cálculo na perfuração que resultou no vazamento do poço no campo de Frade, na bacia de Campos. Segundo George Buck, principal executivo da empresa americana no Brasil, a Chevron subestimou a pressão do reservatório, que era mais alta do que o previsto, e superestimou a resistência da rocha, que se rompeu, criando as fissuras por onde o óleo vazou, a 1,8 km de distância do poço, já na área de Roncador, da Petrobras.
Fontes da indústria levantaram a hipótese de que o acidente possa ter sido provocado por descuido ou tentativa de economizar tempo e dinheiro. Isso porque a Chevron poderia ter levado a tubulação do revestimento até uma profundidade maior. O poço por onde o petróleo vazou tinha 2.279 metros, mas só foi revestido em 567 metros.O acidente que causou fraturou da rocha indica que a Chevron poderia ter sido mais conservadora e levado a tubulação mais fundo, para reforçar a rocha. "A Chevron assumiu um risco enorme", disse um executivo do setor. Outro experiente técnico tem opinião parecida: "O revestimento provavelmente deveria ir até mais embaixo".
Ontem, durante uma entrevista tensa, em que Buck ameaçou por duas vezes se retirar da sala, o executivo informou que as fissuras na rocha não foram identificadas na sísmica feita no ano passado, o que leva a crer que elas podem ter sido provocadas pela movimentação para controlar o problema que surgiu durante a perfuração.Existem três evidências que explicam o acidente, segundo Buck, das quais duas já são conhecidas pela Chevron. Houve um "kick" (expressão técnica para a subida indevida de óleo, gás ou água pelo poço) e um escape de óleo pela rocha. A Chevron ainda não está segura de como essa saída de óleo pela rocha aconteceu.
"Perfuramos o reservatório e a pressão encontrada foi maior que a prevista. A segunda evidência [de erro] é que a rocha era mais fraca do que avaliamos. A terceira é que o óleo encontrou um caminho até a superfície. Ainda não entendemos como", disse Buck. A Chevron estima em 2,4 mil barris (381,6 mil litros) o volume de óleo derramado no campo de Frade desde 7 de novembro, quando aconteceu o acidente.Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe-UFRJ, defende a formação de uma comissão independente e técnica para acompanhar eventuais vazamentos futuros de petróleo no mar territorial brasileiro.

Fonte: Valor Econômico

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