quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Preço da gasolina sobe 6,6% nas refinarias


A Petrobras comunicou na quarta-feira (30) o valor do reajuste nos preços de venda nas refinarias de 6,6% para a gasolina "A", e de 5,4% para o diesel, a vigorar a partir da meia noite desta quarta-feira (30). Esses valores, de acordo com a estatal, não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS.
A nota da empresa afirma que: "Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo".
O último reajuste anunciado pela estatal para a gasolina ocorreu em 25 de junho do ano passado, quando o tipo comum do produto subiu 7,83% nas refinarias. Na ocasião, o óleo diesel foi reajustado em 3,94%, também sem a incidência dos tributos federais e estadual. Naquela ocasião, no entanto, o aumento não chegou ao bolso do consumidor final uma vez que o governo, para manter a inflação sobre controle, zerou a alíquota da Cide. No caso do óleo diesel, a Petrobras voltou a anunciar um novo aumento de 6%, que passou a vigorar no dia 16 de julho de 2012, nas refinarias da estatal.
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), "o reajuste deve trazer um aumento de receita em torno de R$ 540 milhões por mês para a Petrobras". Ele lembra também que esse aumento só foi possível neste momento devido à queda das tarifas elétricas, uma vez que o governo está usando o controle de preços para conter a inflação. Pires afirma que o consumidor será impactado "em cerca 4,7% na bomba".
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz, explica que esse repasse não irá integralmente para o consumidor. "O impacto na bomba é menor, é amortecido pela mistura de biocombustíveis, no caso da gasolina, o álcool, e no caso do diesel, o biodiesel". A gasolina recebe atualmente uma mistura de 20% de etanol, enquanto a do biodiesel no diesel é de 5%.
Vaz disse ainda que o impacto do aumento pode ser amenizado por eventuais mudanças nas margens de distribuição e comercialização de cada distribuidora.
Segundo o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Reginaldo Gonçalves, a medida já era almejada há tempos pela estatal. “Por força política não houve reposição, o que acabou prejudicando os investimentos da empresa, assim como o retorno dos investidores”, explica.
“O reflexo desse aumento certamente desencadeará aumento de preços e serviços. A estratégia do governo de redução da tarifa de energia, além de aumentar o endividamento publico, não será capaz de conter o repasse da alta do combustível para o consumidor final. Os caminhos podem indicar que teremos que conviver com a sombra da inflação em 2013, já que esse aumento não deve repor todas as perdas da Petrobras e a inércia do governo em obras estruturais podem demandar tempo para melhoria do custo brasil”, avalia.
Aumento na bomba
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, calcula que o reajuste no preço da gasolina será menor para o consumidor e chegará a cerca de 4%. Segundo ele, isso deverá ocorrer porque a gasolina vendida nas bombas conta ainda com um percentual de álcool. O ministro não quis antecipar se ao longo do ano haverá um novo reajuste da gasolina. Segundo ele, o aumento é uma política determinada pela Petrobras.
“Depende do preço internacional do petróleo e uma série de outros fatores. Não sou eu que defino isso. Eu busco até não comentar esse assunto, que é da Petrobras”, disse o ministro logo após participar, na manhã desta quarta (30), do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. Ele lembrou que no ano passado foi feito mais de um reajuste no preço do combustível - o que não significa “que esse ano haverá novos”.
O reajuste de 2012, no entanto, não foi sentido pelos consumidores porque o governo terminou “zerando” a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre o preço do produto. A última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tinha antecipado que a projeção de reajuste no preço da gasolina se situaria em torno de 5% para o acumulado de 2013. No final do ano, o ministro Guido Mantega também tinha admitido que a Petrobras “certamente” iria fazer um reajuste no preço da gasolina este ano, com impacto na bomba. Segundo ele, não se trata de uma medida excepcional, já que houve um reajuste no preço dos combustíveis em 2012.

Fonte: Redaçâo/Agência
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