Falta de chuva obriga o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar usinas termelétricas a óleo para garantir o abastecimento de energia elétrica no país. A estiagem, causada pelo fenômeno El Niño, fez com que os reservatórios das hidrelétricas chegassem a nível mínimo de armazenamento.
"A medida visa evitar que seja ultrapassada a Curva de Aversão ao Risco (CAR)", informou o ONS, em nota, destacando ainda que 2.100 megawatts (MW) de termelétricas a óleo foram acionados, o que irá resultar no aumento da conta de energia.
Desde 2008 que não se recorre às usinas térmicas movidas a óleo combustível para contornar o problema da seca. Em setembro, a metodologia dos Procedimentos Operativos de Curto Prazo (POCP) já indicava a necessidade de ligar as termelétricas a óleo para manter os níveis traçados como meta, mas a ONS postergou a doção da medida até ontem. Segundo o órgão, essa decisão evitou uma despesa de R$ 1,4 bilhão em custos de geração, que iriam impactar na conta de luz.
Segundo a ONS, os níveis dos reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste estão em 41,8%, apenas 11,5% acima da CAR. Já no Nordeste, os reservatórios estão em 37,4%, 5,3% acima da CAR. No Sul, estão em 38% e no Norte, 46,4%. A ONS relata que iniciou o despacho de 70% do indicado nos procedimentos operativos de curto prazo, 3.000 MW em térmicas a combustíveis líquidos.
Para o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a operação “está dentro da normalidade”. De acordo com o secretário, não há riscos para o abastecimento no Nordeste. A energia de térmicas a óleo é mais cara que a de hidrelétricas, por conta do custo do combustível. O órgão espera que em novembro os níveis dos reservatórios se normalizem.
Custo
O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse, nesta terça-feira (16), que nos últimos dias o nível dos reservatórios de hidrelétricas caiu, mas a situação ainda era de conforto. Entretanto, o custo pelo uso de térmicas na geração de energia neste ano deve superar o R$ 1 bilhão gasto no ano passado.
Fonte: Reuters
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