O Brasil chegou atrasado na corrida mundial pelo carro verde, que consome menos combustível, não polui tanto e é mais seguro, mas estabeleceu metas ambiciosas ao tentar se aproximar de países que buscam a eficiência energética há mais de uma década. Os objetivos do novo regime automotivo (ou Inovar-Auto) estabelecem para daqui a cinco anos metas de consumo próximas do que terão os automóveis europeus e japoneses, e melhores do que as chinesas. Ainda assim, o carro nacional vai continuar atrasado em relação aos de países desenvolvidos.
Pelas normas que vão vigorar de 2013 a 2017, o carro brasileiro, cujo consumo atual médio é de 14 km por litro quando roda com gasolina e de 9,71 km/l quando abastecido com etanol, terá de reduzir esse consumo em 13,6% no período. O cálculo será feito pela média dos modelos vendidos por cada montadora.
Quem não cumprir fica fora do regime e perde o direito de isenção da alta de 30 pontos porcentuais de IPI que foi aplicada a partir de dezembro, inicialmente para carros que não tenham 65% de peças fabricadas no Mercosul e no México. Já a empresa que ultrapassar essa meta e reduzir o consumo em 18,6%, terá desconto extra de 1 ponto porcentual do IPI. Se for além e chegar a uma economia de 23,6% – o equivalente a 17,26 km/l de gasolina e 11,96 km/l de etanol –, o corte será de 2 pontos.
Significa que um carro com motor 1.0 a etanol, que sem nenhum incentivo recolheria 37% de IPI, poderá reduzir a carga para 3%, incluindo outro incentivo de 2 pontos porcentuais por investimento em pesquisa, desenvolvimento e engenharia local.
Padrões europeus e americanos
A União Europeia, que há mais de dez anos mantém programas de corte de consumo e de emissões, estabeleceu consumo médio de 17,8 km/l para 100% da frota em 2015. Neste ano, 65% da frota deverá cumprir a meta, porcentual que vai subir gradualmente até atingir a totalidade.
A diferença, lembra o diretor executivo da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Nilton Monteiro, é que nessa conta estão modelos movidos a diesel, híbridos e elétricos. Além disso, a gasolina usada na Europa, assim como nos Estados Unidos, é pura, enquanto a brasileira tem 22% de álcool.
Os americanos têm longa história de busca pelo carro mais verde, mas o governo Obama adotou legislação mais agressiva com intenção de atingir emissão de 100 g/km em 2025 e consumo médio de 23,2 km/l de gasolina.
Fonte: Estado de S.Paulo
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