terça-feira, 28 de agosto de 2012

Europa e EUA temem apagões enquanto emergentes apostam no aumento da oferta de energia


Apesar dos investimentos em projetos de nova geração, executivos do setor energético temem o avanço dos apagões na Europa e nos Estados Unidos, ao passo que a indústria enfrenta problemas de oferta de energia, eficiência e falta de políticas voltadas para a área. Enquanto isso, nos emergentes, onde os cortes de energia são comuns, o cenário é mais otimista, segundo a pesquisa ‘The shape of power to come’, desenvolvida pela PwC a partir de entrevistas com 72 companhias do ramo que atuam em 43 países, incluindo o Brasil.


Entre os empresários dos países em desenvolvimento, mais da metade (53%) prevê uma melhora na oferta de energia nas regiões. Já entre as maiores economias do mundo, a preocupação com os preços praticados e com o ritmo dos investimentos em infraestrutura leva 46% dos entrevistados a acreditarem na possibilidade de acontecerem apagões nesses países até 2030.

Para contornar essa situação e tentar atender a uma demanda que deverá superar os 31.700 TWh em 2035 - em 2009, esse montante ficava em 17.200 TWh -,  tem-se apostado bastante no gás natural como principal fonte energética de nova geração. Contudo, os investimentos nesse combustível não devem sanar o problema. Estima-se que a participação do gás na matriz energética global cresça apenas 4%: dos atuais 29% para 33% em 2030.

Em paralelo, a carência de combustíveis tem se tornado uma questão chave para a atividade industrial, especialmente na América do Sul e na Europa. A expectativa é que, ao longo dos próximos 20 anos, cresça substancialmente o número de corporações com problemas de desabastecimento.

Além disso, o estudo da PwC revela que as mudanças aguardadas para a matriz energética mundial estão longe de atender as metas ambientais. As companhias de energia esperam que a matriz deixe a composição de 66% de combustíveis fósseis versus 34% não fósseis e atinja um quadro formado por 57% versus 43% - resultado muito aquém do necessário para limitar o aquecimento global a uma media de 2°C. 

“A indústria e os governos enfrentam um grande dilema no equilíbrio entre segurança energética, acessibilidade e sustentabilidade”, avalia Guilherme Valle, sócio da PwC Brasil e líder de energia. “Os investimentos tornaram-se mais difíceis no atual cenário econômico global e cresce a preocupação com a falta de capital para projetos de infraestrutura. Mas esses investimentos e a criação de políticas voltadas para o setor são fundamentais para que o mundo não enfrente uma situação de escassez de energia em 2030”, diz.

Smart grid

As opiniões sobre os smart grid ressaltam o gap existente entre os consumidores domésticos e a indústria. Situação especialmente visível na América do Norte e Europa, onde 80% e 74% dos entrevistados, respectivamente, estão preocupados com a possibilidade de a falta de interesse dos clientes ser um obstáculo para o desenvolvimento dessas tecnologias.

“Há uma mistura de apatia dos usuários e temor quanto ao uso dos dados registrados, o que pode representar um entrave para o avanço desses sistemas”, comenta Guilherme Valle.

Energia limpa

A maioria dos participantes do estudo acredita que as fontes de energia não-hidráulicas serão a grande saída para atender à crescente demanda até 2030. Mais de 80% dos entrevistados avaliam que a produção de energia eólica, solar e de biomassa irá se tornar competitiva nos próximos anos, sem a necessidade de subsídios.

Além disso, três quintos dos inquiridos consideram que os carros elétricos serão uma porção significativa da frota de veículos mundial em 2030.


Fonte: TN Petróleo

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