quinta-feira, 28 de junho de 2012

Opções de financiamento estimulam petróleo e gás


Com a perspectiva de consumir aportes totais de R$ 354 bilhões de crédito até 2015, o setor de petróleo e gás vê os programas e opções para captação de financiamento se multiplicarem. Só o BNDES prevê desembolsar cerca de R$ 63 bilhões entre 2012 e 2015, 66% mais que nos últimos quatro anos. Do total previsto, R$ 33 bilhões são de projetos já firmados.

Segundo o superintendente da área de indústria de base, Rodrigo Bacellar, um dos destaques será a construção local de sondas de perfuração - a Petrobras prevê a construção de 33 sondas nacionais a partir de 2016 com até 65% de conteúdo local e a Sete Brasil já assinou contratos com estaleiros brasileiros para construir 28 sondas no valor total de US$ 27 bilhões. "Vai demandar desenvolvimento da cadeia em capacitação de pessoal, inovação e capacidade financeira para tocar os projetos", diz Bacellar.

O plano de investimentos da Petrobras, de US$ 236 bilhões até 2016, está à frente do movimento. Destes, US$ 80 bilhões serão captados no mercado - US$ 15 bilhões são do caixa próprio existente no início do plano; US$ 136 bilhões do caixa operacional após pagamento de dividendos a acionistas; e US$ 15 bilhões de desinvestimentos e reestruturações.

Segundo a presidente da empresa, Graça Foster, 980 projetos devem receber investimentos no período. Destes, 833 estão em andamento e valem US$ 208 bilhões. Os outros 147 em planejamento disputarão US$ 27,4 bilhões entre si. Não serão emitidas novas ações e o objetivo é manter classificação de grau de investimento e o nível de endividamento abaixo de 35% do capital.

Empresas do grupo EBX também fazem bonito no mercado internacional. A OSX já obteve mais de US$ 1,7 bilhão em financiamentos para sua frota de unidades de produção de petróleo (FPSO) - US$ 420 milhões para a OSX-1, que entrou em operação em janeiro; US$ 850 milhões para a OSX-2 e US$ 500 milhões para a OSX-3. Para o projeto da Unidade de Construção Naval Açu, contratou financiamento local, cerca de R$ 2,7 bilhões com repasse de recursos oriundos do Fundo de Marinha Mercante, junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal.

Tanta atividade anima os bancos privados. De janeiro a maio, a carteira do Bradesco BBI somou R$ 9 bilhões, com iniciativas como a estruturação do projeto de suplementação para o Porto Sudeste da MMX e da captação de R$ 1,7 bilhão para financiar o alcoolduto da Logum, a oferta de CRIs da Petrobras ao lado do líder Itaú e a captação de debêntures atreladas à variação cambial da Petropar.

"O mercado local está derrubando as barreiras de volume e prazos", diz o diretor Leandro Miranda. "A redução da taxa Selic sem redução da TJLP deve fomentar maior participação do mercado bancário no financiamento de infraestrutura", complementa Silvana Bianco, responsável por Óleo e Gás na área de Project Finance do Itaú BBA, que tem mais de R$ 13 bilhões financiados na cadeia. O Santander criou a Mantiq este ano para gerenciar quatro fundos de investimento em participações (FIP) no setor de infraestrutura. Entre eles, Brasil Petróleo I e II, com R$ 750 milhões.


Fonte: Valor Econômico

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