terça-feira, 6 de março de 2012

País tem tecnologia antivazamento de petróleo e não usa

Atrasado quase 12 anos na formulação de seu Plano Nacional de Contingência (PNC), determinado pela Lei 9.966, de 28 de abril de 2000, o Brasil poderia ter um sistema de monitoramento dos vazamentos de petróleo no mar desde 2001, se não fosse a falta de definição sobre as responsabilidades de entidades governamentais e empresas. Mesmo diante dos recentes vazamentos de óleo no país, um laboratório montado por meio de convênio entre a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da UFRJ naquele ano, é usado, desde 2002, para fornecer o serviço à Petróleos Mexicanos (Pemex).


Ao custo de R$ 6 milhões, o convênio equipou o Laboratório de Monitoramento e Modelagem (Lab2M) da Coppe com três antenas receptoras de dados, computadores e softwares para a produção de modelos hidrodinâmicos, que simulam as condições do clima e do mar para prever o deslocamento das manchas de óleo. A operação custaria cerca de R$ 10 milhões por ano — ou seja, 1% dos recursos previstos no PNC — e exigiria no máximo dez pessoas, afirma o coordenador do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da Coppe/UFRJ (Lamce), Luiz Landau

— Fizemos o convênio e oferecemos a estrutura ao governo, mas a resposta que sempre obtivemos é que o plano de contingência designaria os responsáveis pela operação — diz Landau.

As imagens usadas na análise são fornecidas pela empresa canadense MDA. De acordo com teste feito pela Coppe no Golfo do México, o sistema foi capaz de detectar uma mancha correspondente a 400 litros de óleo, ou menos de três barris.

— O que propomos é um sistema de monitoramento autônomo em relação ao das empresas, em caráter permanente, com a união de várias instituições de ensino — explica o diretor do Lamce.

A Petrobras considera fundamental a entrada em vigor do PNC para definir os papéis de Ibama, Marinha, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Polícia Federal, Receita, governos estaduais e municipais em casos de acidente, diz o gerente-executivo de Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde (SMES) da empresa, Ricardo Azevedo. Para ele, é importante haver um regime específico para a entrada de técnicos estrangeiros no país, em caso de um acidente, assim como um regime especial da Receita Federal para a entrada de equipamentos no país.

Fonte: NN- A Mídia do Petróleo

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