segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Etanol: meta ambiciosa até 2020

O setor sucroenergético brasileiro reúne condições para dobrar de tamanho até 2020. Essa é a projeção da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que faz a ressalva de que esse resultado depende da introdução de políticas públicas estáveis e consistentes. Em encontro com empresários e autoridades promovido pela Unica no começo desta semana, em Brasília (DF), o presidente da entidade, Marcos Jank, defendeu que o país precisa atingir a ambiciosa meta de 1,2 bilhão de toneladas de cana de açúcar por ano até 2020, caso o objetivo seja “continuar suprindo metade do combustível utilizado por veículos leves no Brasil e metade do açúcar negociado no mundo”.

Na ocasião, foi apresentado o movimento “Mais Etanol”, que pretende centrar esforços na conscientização de formadores de opinião e tomadores de decisões nos setores público e privado, por meio de ações em parceria com entidades e empresas da cadeia produtiva da cana. A expectativa é que distribuidoras de combustíveis, a indústria automobilística, revendedores de automóveis, máquinas e implementos agrícolas, e fornecedores do setor sucroenergético em geral participem mais ativamente. Em 2012, também será lançada uma campanha de esclarecimento sobre o assunto.

A Unica propõe a eliminação do PIS-Cofins no etanol hidratado, a introdução de financiamentos para estocagem de etanol, construção de novas usinas (greenfields) e medidas que permitam a expansão mais rápida da bioeletricidade. Essa opção energética limpa, segundo ele, avança lentamente devido a uma série de entraves regulatórios e burocráticos. Paralelamente às medidas que precisam vir do governo, Jank frisou que o setor sucroenergético também deve contribuir. “Temos que perseguir reduções de custos, por meio de ganhos de eficiência e produtividade e do desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias, que darão ao setor ganhos de escala,” afirmou.

Durante a reunião, Jank mostrou que houve uma forte redução da tributação sobre a gasolina nos últimos anos, sem alteração dos tributos aplicados ao etanol. Ele citou que a Contribuição de Intervenção no Domínio Público (Cide) que, em 2002, era equivalente a 14% do preço da gasolina na bomba, representa apenas 2,6% atualmente. “Com isto, a diferença entre as cargas tributárias sobre a gasolina e o etanol é hoje de apenas quatro pontos percentuais, o que não valoriza uma série de benefícios proporcionados pelo etanol, colocando o Brasil na contramão do que se pratica em boa parte do mundo,” analisou.

Fonte: ambienteenergia.com

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