terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chevron admite que sabia de falha geológica no solo por onde óleo vazou na bacia de Campos

Supervisor disse que empresa ainda tem que entender como tudo aconteceu



O superintende de meio ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, admitiu durante a audiência pública na Câmara dos Vereadores de Macaé, no norte do Estado do Rio, que o estudo prévio sobre as condições do solo no Campo de Frade tinha identificado a falha geológica por onde o óleo vazou.

 Durante os esclarecimentos aos vereadores e autoridades locais sobre o vazamento que poluiu a bacia de Campos com cerca de 440 mil litros de óleo, ele assegurou que durante a perfuração os técnicos trabalharam com essa informação e fizeram cálculos para garantir que o óleo não passaria por ali.

Pimenta também esclareceu que este poço foi o 11º perfurado pela empresa e disse que até hoje, 35 dias depois de identificado o vazamento, a empresa ainda tenta entender o que aconteceu.

- A causa básica conhecida foi o rompimento da parede na camada sedimentar, mas como o óleo chegou à parede do ponto onde vaza ainda está em estudo.

A audiência, que durou quase três horas, também contou com a presença do deputado federal Alessandro Mussi, que já tinha acompanhado os esclarecimentos de Pimenta na Câmara dos Deputados, onde ele admitiu que a empresa estava envergonhada com o acidente. Mussi afirmou que está preocupado com o futuro da região, onde existem 118 plataformas de petróleo, e defendeu a reformulação da forma como é feita a fiscalização. Segundo ele, atualmente a avaliação do trabalho é feita com informações da própria empresa fiscalizada e não com ações dos órgãos responsáveis. Ele lembrou que no último dia 25 de novembro, a Procuradoria da República em Macaé abriu um inquérito para investigar a eficácia dessa fiscalização.

Multa de R$ 150 milhões

O Governo do Estado do Rio vai dar entrada em uma ação civil publica contra a petroleira exigindo uma indenização de R$ 150 milhões, o pagamento de um rigoroso monitoramento (por terra, mar e ar) governamental de suas atividades de extração de petróleo na bacia de Campos e financiamento de uma auditoria ambiental das atividades da empresa..

A empresa já foi multada em R$ 10 milhões pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e recebeu três autuações da ANP.

Falha humana

O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar já ouviu 25 pessoas sobre o vazamento de óleo. No último dia 2, após ouvir o depoimento de 15 pessoas envolvidas no caso, ele concluiu que o vazamento foi causado por “falha humana”.

O responsável pela Delegacia Federal do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico disse que mais pessoas podem ser convocadas para esclarecer o acidente no campo de Frade.

– Conforme vamos ouvindo as pessoas, novas fontes vão surgindo para auxiliar nas investigações.

Fonte: R7

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