segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Polícia Federal investiga se Chevron tentou perfurar a camada pré-sal


A Polícia Federal está investigando se a empresa petrolífera Chevron, responsável pelo vazamento de óleo que começou a onze dias na Bacia de Campos, teria tentado alcançar a camada pré-sal, e se isso causou o vazamento de óleo. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estima que a vazão média de óleo derramado foi de 200 a 330 barris/dia no período de 8 a 15 de novembro. Um barril tem 159 litros de óleo.

Caso a suspeita venha a se confirmar, o caso se revelará uma das maiores agressões à soberania nacional promovida por uma empresa estrangeira. A possibilidade é admitida por técnicos da Agência Nacional do Petróleo, de acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.

Para a Polícia Federal, o acidente pode ter ocorrido devido a perfuração ter sido realizada além do limite permitido. “Na plataforma, alguém deixou escapar que haviam perfurado 500 metros a mais do que deviam e talvez seja essa a causa dessa rachadura no solo. O que gera estranheza é que eles estavam perfurando a 1,2 mil metros de profundidade e quando ocorreu o problema eles baixaram uma sonda para filmar o acontecido que não chega a 1,2 mil metros de profundidade”, explicou o delegado Fábio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal.

Ainda segundo a reportagem, a sonda usada pela Chevron tem capacidade para perfurar até 7,6 mil metros, mais que o dobro do necessário para a perfuração dos quatro poços autorizados no Campo do Frade (de até 1.276 metros de profundidade). A ANP quer saber ainda se houve falhas inclusive na construção do poço e se foi utilizado material inadequado. Também não se sabe se foram feitos os testes de segurança antes do início da perfuração.

A preocupação com o desastre ambiental ficou ainda maior após as pessoas tomarem conhecimento a empresa Transocean, que faz os trabalhos de perfuração para a Chevron no Campo de Frade, é a mesma que operava a plataforma da British Petroleum, que explodiu no Golfo do México, causando um dos maiores desastres ambientais da história recente.

Apesar do retrospecto da Transocean, o presidente da concessionária brasileira da Chevron, George Buck, disse que confia na empresa e que continuará a operar com ela no Brasil.

A plataforma da Transocean explodiu e afundou em abril de 2010, no Golfo do México, deixando 11 mortos e causando grandes prejuízos. Cerca de 4,9 milhões de barris de petróleo foram derramados no mar e o vazamento durou 87 dias.

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