A Shell realiza nesta terça-feira (29/11), no Rio de Janeiro, o Encontro Shell de Inovação 2011. Após a abertura do evento, feita pelo presidente da companhia no Brasil, o professor do Programa de Planejamento Energético (PPE) da COPPE/UFRJ, Roberto Schaeffer, apresentou um cenário do sistema energético nacional e da exploração de petróleo em águas profundas. De acordo com ele, o fim da era do petróleo ainda está longe do fim.
Para Schaeffer, o Brasil tem uma posição privilegiada em energias renováveis, mas o petróleo ainda deve continuar como principal fonte primária ao longo das próximas décadas. O grande desafio, entretanto, será "como conseguir o óleo menos custoso e menos difícil de se obter". O especialista da UFRJ afirmou ainda que o futuro do setor ruma para águas profundas e que o petróleo de lá extraído - por ser relativamente mais leve - irá susbtituir óleos de menor qualidade mundo afora.
Segundo dados apresentados pelo professor, a taxa de sucesso obtida no cluster brasileiro do pré-sal é de quase 100%, enquanto esse valor mundialmente chega a apenas 30%. Essa garantia, aliada aos volumes substanciais encontrados nessa nova fronteira, justificam os esforços em busca desse petróleo. No entanto, citando o acidente da Chevron na Bacia de Campos, Schaeffer alertou: "Talvez seja um aviso de que o Brasil não esteja tão preparado (para exploração em águas profundas)", disse, ressaltando os desafios tecnológicos envolvidos no certame.
Finalizando sua participação, o convidado da COPPE/UFRJ ressaltou que o Brasil precisa transformar as riquezas do pré-sal em bons frutos para o país. "Ter petróleo não é garantia de desenvolvimento", disse Schaeffer, apontando que nações do Oriente Médio possuem imensas reservas, mas não estão exatamente inseridos no cenário mundial, ao passo que países de primeiro mundo, à exceção dos Estados Unidos, não têm economias movidas prioritariamente pelo combustível fóssil.
NN petróleo
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