sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Preço do petróleo no Brasil poderá subir 18,7% até 2020, aponta estudo

Um descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas poderá fazer o preço do petróleo no Brasil subir 18,7% até 2020. A informação faz parte do estudo “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvolvido pela Ernst & Young Terco, em parceria com a FGV Projetos. O reflexo dessa realidade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti-la ao consumidor final. Antes de 2015, aponta o estudo, não deve haver aumentos sistemáticos de preço.


Já o cenário global, de acordo com o documento, será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de substituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma expansão de oferta incerta e concentrada no período pós-2015. “No longo prazo, o petróleo vai seguir uma trajetória ascendente. Estamos prevendo uma alta estimada na década de 35% a 60% de aumento de preço do petróleo no mercado internacional”, diz o coordenador da FGV Projetos, Fernando Blumenschein.Concluído no início do ano, o estudo projeta três cenários - conservador, baseline e otimista -, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol até 2020 e as consequências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômico.

O pré-sal brasileiro, segundo o levantamento, deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do país. De acordo com a sócia para o setor de petróleo e gás, Elizabeth Ramos, as atividades de exploração e produção de petróleo devem atrair investimentos de US$ 250 bilhões em dez anos. Um dos gargalos é o déficit de mão de obra qualificada.

Segundo ela, o número de técnicos e engenheiros especializados de que o país dispõe ou que formará nos próximos anos não será suficiente para atender as demandas geradas. Uma das consequência do déficit de capital humano é a vinda de profissionais estrangeiros para o país. “Para que a gente se beneficie disso, temos que garantir que teremos oportunidades de absorver knowhow e usá-lo para formar nosso pessoal técnico”, declara, ressaltando que enquanto a cada dez mil habitantes, o Brasil forma 1,3 engenheiros, na China são formados 13.

Além da falta de mão de obra, o estudo também aponta outros desafios a serem superados pelo país, como o avanço da pesquisa científica e tecnológica para desenvolver os equipamentos necessários para se chegar ao petróleo existente em águas ultraprofundas; as dificuldades logísticas e de infraestrutura geradas pela localização distante dos blocos de exploração; a busca por financiamento por parte das empresas que já fazem ou que pretendem fazer parte da rede de fornecedores; a ausência de uma regra tributária específica para o setor; conteúdo local e preocupações socioambientais.

Centro de Petróleo e Gás da Ernst & Young Terco - O estudo marca o lançamento do Centro de Inteligência de Petróleo e Gás da Ernst & Young Terco no país, que já inicia sua atuação com mais de cem profissionais voltados ao acompanhamento das mudanças relacionadas à questões que representam desafios significativos para empresas do setor. Entre eles estão políticas energéticas, complexidades geopolíticas, gestão de custos e alterações climáticas. Com uma rede de mais de oito mil profissionais no mundo, o Centro Global atua na área de Auditoria, Consultoria, Impostos e Transações Corporativas nos subsetores de extração, processamento, logística de vendas de derivados e serviços no campo petrolífero. A unidade é a primeira no Brasil e na América do Sul. Outras instalações estão localizadas nos Estados Unidos, Índia, Inglaterra, Austrália e Oriente Médio.

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