quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dilma defende contrato em vigor em acordo sobre royalty


Um acordo que vem sendo costurado para uma eventual mudança na divisão dos royalties do petróleo entre Estados tem que respeitar contratos existentes, afirmou nesta quarta-feira a presidente Dilma Rousseff.
"Eu acho que a gente tem dois limites: de um lado tem de respeitar contratos existentes, porque quando você faz a licitação dos blocos, você coloca lá alguns limites que as empresas pagarão de royalties e participação especial, e aumentar isso não é uma questão que está na nossa mão. Agora, é possível repartir", disse a presidente a jornalistas.

Segundo ela, é possível distribuir os royalties sem que se crie "consequências graves" para as partes envolvidas.
"Uma pessoa não pode, nem um governo, nem uma empresa, partir da seguinte suposição: só imaginem esse caso, eu tinha uma renda... era de mil, e daí por qualquer coisa que aconteça a minha renda vira de 200, obviamente eu vou ter problemas sérios de gestão. Então, isso não é correto."
O Brasil atualmente tenta chegar a um acordo sobre a distribuição dos royalties antes de o Congresso votar em outubro o veto do ex-presidente Lula a um projeto que previa a divisão igualitária dos royalties entre Estados produtores e não-produtores.
O governo teme que o veto de Lula seja derrubado, o que levaria Estados produtores, que seriam os prejudicados, a contestarem a mudança na regra.
De outro lado, uma proposta apresentada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, prevê a correção da tabela das faixas de pagamento de Participação Especial para os contratos já em vigor, o que pode levar empresas como a Petrobras a contestar a medida na Justiça.
Mas Dilma destacou que um acordo é possível porque os recursos da exploração são crescentes.
"Nós temos uma forma que pode possibilitar a repartição sem que ninguém perca, e que as pessoas que não ganhavam, ganhem. As pessoas que eu falo, os governos, porque são rendas crescentes as do petróleo", acrescentou a presidente, dizendo que é preciso tranquilidade porque um acordo não se obtém de um dia para outro, mas quando ele "amadurece".
"Com esse cuidado de não romper o contrato, porque daí vai ter judicialização que não interessa a ninguém nem aos que pretendem receber, nem aos que recebiam."
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, assumiu um compromisso com governadores e líderes aliados do Congresso de apresentar até esta quarta-feira uma proposta que permita a mudança na distribuição dos royalties. Mas talvez a apresentação da proposta atrase um pouco.

                                                                                       O Estadão 

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